sexta-feira, maio 14, 2010



O Corpo Exige


Presto distraída atenção ao meu corpo.
O que me pede, eu faço.
Às vezes, não entendo logo suas ordens, mas
cedo sempre.
Me achego a ele e indago:
-O que queres? Ah, é isso? Então, concedo.
Sempre que eu resisti
um de nós saiu-se mal.

Nas 24 horas do dia, ele pede,
e quando cala, fala
num discurso de sonhos
que me abala.

Ele sabe. Eu sei que ele sabe,
e sabe antes de mim, e nele
eu sei dobrado, sou um-e-dois
como os dois cortes de um sabre.
(Afonso Romano Santana)
Certo dia Alguém reclamou por eu nunca ter escrito uma só frase sobre ela no neste blog. Nunca senti verdadeira segurança para tal, mas hoje, vi que outro alguém já havia escrito, e tomo suas palavras como minhas, vista pela ótica dela:
No dia em que me olhando nu ela disse:
Gostaria que seu pau cantasse.
Asas nasceram-me nas virilhas,
Trinados cruzaram a madrugada
E meus lençóis amanheceram cheios

De penas
- e poema.

(Afonso Romano)