sexta-feira, novembro 01, 2019

  • -Não, você não é bem-vindo.
  • =Não era isso que eu queria dizer, mas é isso que eu sinto.
  • -sinto muito.
  • =Não entendo ao certo o que quer dizer o que penso
  • -todo penso é torto.
  • =Não foi assim que eu fiz quando você precisou de acalanto
  • -Não, não foi assim quando você estava pelos cantos.
  • =brota aqui aquela certeza de que as histórias não têm finais felizes
  • -as estórias escondem as faces mais inócuas das palavras sentidas
  • =mas o mar se regenera, as ondas lavam, a areia filtra e o sol aquece.
  • -a segurança de se saber em casa nunca vai estar presente.
  • =A casa é instável, o se lar vai ser sempre lá
  • -no âmago salgado nos olhos molhados de mar.
  • -graças a eles aprendo onde de fato devo permanecer
  • =Só escrevo quando estou aflito, doído, frustrado... as palavras calam a boca e saem
  • -de um lugar cinza iluminado pela negativa.
  • =As vezes precisamos sorrir
  • -noutras precisamos calar
  • =e quando o reencontro chegar,
  • -o olhar com sofreguidão,
  • =peso no coração e voz em pressão, talvez seja a solução.
  • =Pode-se disfarçar fazer de conta que nada aconteceu, mas o riso forçado
  • - o gesto controlado indica a verdade que sente o coração.
  • =Não queria que fosse assim
  • -Não gostaria que terminasse assado
  • =Não desejaria ser um grão de terra nos olhos de ninguém,
  • - hoje não seja.
  • -Não pensaria que as horas de solidão compartilhada calaria o bom senso
  • - egoísta.
  • =Não escolheria ver essa instabilidade emocional, acreditando ser um balsamo que de paz.
  • -Ser de verdade
  • =se de verdade for
  • - ser amigo.
  • =Apenas amigo sem essas rugas de frustração que marca tão fundo a testa.
  • -Elevar ao além é o que desejo no além corpo
  • =além toque
  • - além fuga.
  • =E do alto sacudir, flutuar.
  • -Esvanecer o sentido para consagra apenas aquilo que vale:
  • =um abraço, um choro compartilhado,
  • -uma mente fugidia,
  • =um desabrochar de flor.
  • -Evaporar, condensar e molhar,
  • =Ser espuma, agua e finalmente ar.
  • Quero continuar acreditando que sou bem ido, mas aquela que deveria receber não tem condição de apaziguar o barulho do trovão que ecoa em casa célula do seu trovejar.
  • Já eu... eu aprendi a calar
  • a me encolher nos cantos
  • a não causar
  • tremores quando o chão falta
  • Aprendi a usar minhas força invisíveis
  • e me transportar em lágrimas para um deserto de sentidos.
  • Aprendi a calar para me colher mais além sem as ervas daninhas que causam desgosto. 
  • Saio daqui para me (re)colher.
(Des) apontar

Muitas vezes esperamos que as pessoas sejam verdadeiras conosco. mas, as pessoas não são verdadeiras nem com elas. Eu não sou, nós não somos. Simplesmente não conseguem ser transparentes, negam, escondem, encolhem... Em vez que querer verdades requentada deveríamos priorizar a honestidade já que a sinceridade é conveniência de quem conta. honestidade é sobre apontar o lápis que desenha a linha entre o sentir e confiar. Quando estão desapontados os lápis traçam linhas indefinidas, ofuscadas, incertas... Apontar pode significar guiar na direção que o passo vai seguir sem medo de declives. Quando (des)apontados, o passo passa à passo lento, pé ante  pé, pela passarela do passado pensando piedosamente na penitência de perceber a precipitação pedindo passagem. (Des) apontamento é estar perdido no meio do deserto sem guia nem mapa nem bússola e sem camelo que morreu de sede e esforço. Desapontado é ter a mão vertendo sangue com cacos de areia que diziam cristal. É usar um colírio e ter a visão turva... é (des)cobrir a imagem que a superfície reflete  e sentir a profundeza da tela feita de tecido, cola, madeira... químicas que desponta da  essência de uma árvore.

(Des)apontar é mostrar que o olho pode enxergar além de ver.

Estar (Des)apontado é ter os olhos untados com saliva e terra antes de recuperar a visão.


domingo, dezembro 06, 2015

POEMAS INICIAIS

 Ninguém há de querer afastar os males do mundo num sopro de verão entre asfaltos, sois e calor de homem que se embriaga com a primeira dose de amor que recebe ao final do dia. Ou num estender de mão direita, beijo na face, rubor do entre olhos ao retirar-se e arrancar do bolso, com a mão esquerda, aquela velha máscara carrancuda que se lhe emoldura a face dia a dia.

Incontestavelmente a vida passa por entre os nossos cabelos, nos beija a face e deixa marcas indeléveis, profunda e sabedoras. Sinais de um tempo ido marca tão fundo que não temos tempo hábil de enxergá-los para tentar reverter seu efeito, ainda que recorrer a infância seja o balsamo mais eficaz de retocar seus sinais, o tempo passa depressa. 

Grande são os mares que não sabem nada de tempo, de amores, de dores e permanecem imenso na sua intensa capacidade de se transformar e retroalimentar-se de si mesmo para nascer MAR no dia seguinte, como na mitológica sina da vermelha ave que insiste em não se por em cinzas.
Esperar o renascimento de um sentimento posto ao fogo em brasa é o mesmo que imaginar que heróis mitológicos sejam as mais belas e honradas pessoas que poderíamos ter o prazer de conhecer. Eu sofro pelos heróis, eles nada sabem sobre afagos, sobre olhares, sobre mergulhar nas entranhas de um coração alado... mas seguem elevados por desconhecer a desilusão, a frustração e a solidão. 

Levando os sonhos nas palmas das mãos o menino segue sem ter muito a dizer sobre quem é, o que fez, nem sobre o que fará. Ele carrega junto dos seus passos largos a esperança de que um dia será lembrado como aquele que nada sabia de pássaros, mas que possuía asas que o elevava aos seus sonhos, única certeza do seu pequenino ser.   

quinta-feira, fevereiro 28, 2013

TEMPÃO INTEGRAL



Hoje pensei em te escrever...

Pensei em te escrever ao som de Sebastian Bach pra lembrar que é nos detalhes que mora a saudade e que é lá, também, que a ternura vive e se demora.

Pensei em te escrever sobre amizade, cabeça nas nuvens, carinhos, frases sedutoras, olhares acanhados, grutas, rochas, céu, sol, águas (claras) e pessoas gentis.

Pensei em te escrever sobre noites escuras, chocolates, cama de dois andares, café com leite (condensado), céu estrelado, latas de atum, pão integral com queijo e sardinha.

Pensei em te escrever sobre banho de rio (ao acordar), de sol (ao caminhar), de vida (ao se deitar) e de chuveiro (pra refrescar), com sabonete de algas (só pra rimar).

Pensei em te escrever novamente sobre comidas, entorpecentes e olhares, porém, prefiro te escrever sobre sorrisos... Daqueles que minha avó me mandou dar de presente, daqueles que vem nem se sabe de onde, daqueles de cumplicidade e daqueles de satisfação.

Pensei em te escrever, em fim, sobre as três Marias ou sobre os quatro Joões. Mas basta mirar uma estrela no céu, ou olhar o balcão da padaria, que todas estas palavras recebem contorno de felicidade e plenitude numa só frase que te escrevo: TEMPÃO INTEGRAL.

terça-feira, fevereiro 21, 2012

CRÔNICA DE UMA TARDE DE CARNAVAL... NO MURICI

Pulei o carnaval do meu calendário e fui curtir o feriado no meio da mata, mais precisamente na reserva florestal Serra dos Cavalos, onde eu vivi grande parte da minha adolescência, quando aos fins de semanas, festas e feriados, fugia do caos cotidiano e das intrigas do dia a dia, para encontrar a felicidade dentro de uma casinha de taipa que estava sempre abarrotada de gente jovem por todos os lados. Uma delas e a mais jovem entre todos, era a minha avó, que acolhia aquele bando de "netos artistas" sempre com um sorriso nos lábios, um café quentinho ou caldo de cana pronto para ser saboreado.
De início, ao subi toda aquela estrada de chão batido, descer da moto e encostar-me rente ao cercado que separa os homens dos gados, olhei o horizonte e vi a minha cidade distante... Quis dizer palavras bonitas, rabiscar um soneto ou algo que o valhar, porém, antes de construir as sílabas de algum adjetivo para definir o belo daquela vista, ouvi uma troça se aproximando: o bloco das visinhas briguentas:
- Não fui eu quem foi pra sua porta bisbilhotar a sua vida, minha filha...
- Graças a deus eu nunca fui de fazer isso, Deus sabe bem. Ele vê bem quem tá na porta de quem procurando confusão, bixinha safada!
- Olhe lá como tu fala comigo, visse? senão eu faço tu engolir cada palavra, sua crente de merda! Fica escondendo as tuas safadesas atrás da bíblia, querendo julgar as pessoas, querendo ser a dona da verdade, mas comigo não. Na minha vida mando eu e não quero que rapariga nenhuma se meta nela, ainda mais uma crente fulera como tu.
- Ah! Minha filha, quero que tua vida se dane e que tu te exploda.
- Apois apareça na minha porta novamente pra tu vê o que vai acontecer com tu. Tô te avisando, tu deixa a minha vida em paz, sua catraia comedora de óstia! ... (foi saindo)
- Deus é testemunha dos meus atos!!! (certifica-se que a outra foi embora) Mas vê mesmo, uma inxirida dessa querendo me dá lição de moral no meio da rua. Vem pra cá, vem. Não digo, eu nunca fui na porta dela procurar conversa... agora ela fica ai se amostrando na rua pra vê se alguém da razão a ela...
...E como galinha de briga, saiu de crista erguida e resmungando alto para ver se o som das suas palavras dava-lhe a vitória na discussão.
- Pra teu governo, eu nunca disse um ai sobre tu, sua cachorra, tenho mais o que fazer. Essa catraia fica ai...
Ai, depois dessa interferência, já acompanhado por Jú e sua amiga, fui até uma daquelas casas, cumprimentei os moradores com um boa tarde e pedi um copo com água. Gelada ou natural? Perguntou-me a jovem mãe que estava arrumando o cabelo da filha mais velha, enquanto o marido bigodudo segurava as gêmeas ainda de colo. Natural por favor. Enquanto ela buscava a água que viria fresca em um copo azul, nós elogiavamos a beleza e astúcia da gêmeas. O Pai, contente, começou a nos falar sobre o tempo nublado que fazia e dos carocinhos de chuva que acabará de cair há uns minutos atrás. Uns carocinhos de chuva... A sabedoria popular é incrivelmente, simples, humilde e sábia. Qual árvore será que nasce desses caroços? De felicidades de bonaça, tomara. Porque de simpatia e presteza aquela vila já transborda.
Refrescamos nossas gargantas, agradecemos a gentileza e seguimos a estrada. Felizes com os carocinhos d'agua que acabavamos de engolir.
Já no caminho que nos levaria de encontro às lembraças, fomos envolvidos pelo cheiro de mato verde e terra molhada. A cada esquina cruzavamos com as reminiscências do passado que se tornaria presente, bastava fechamos os olhos e tudo seria materializado na nossa frente. Mas preferimos ficar de olhos bem abertos e projetar naquela paraíso, todas as pessoas, fatos e estripulias que viveram por lá. Inspirei, expiramos, respiramos fundo várias vezes... Tirei a sandália e com os pés descaços continuei a caminhada, certo de que quando a estrada bifurcasse, a casa de taipa ja não estaria mais lá. Dito e feito, o mato tomara conta do que um dia foi lar. Assim, ignoramos o caminho da direita que outrora era nosso porto seguro e seguimos reto rumo ao pau grande para recordar algumas resenhas vividas por lá.
Chegando à entrada que dava acesso ao nosso querido pau, a dúvida veio, mas logo foi embora, afinal, tudo aquilo ainda está presente nos nossos poros. Então subimos a ladeira que estava cheia de folhas molhada pelo chão, o que dificultava o acesso e consequentemente deixava tudo mais divertido. Arribamos ao pau grande e olhando de perto com a distancia do tempo não me pareceu tão grande quanto eu imaginava. Olhamos ele das raízes à copa e por um momento nos perguntamos se havia algum escrito nosso no seu tronco, mas logo veio a certeza que não, pois respeitavamos muito a natureza para deixar nossa marca nela, melhor permancer com as marcas dela em nós, nem que seja a dos arranhões dos diversos tombos que tomamos tentando descer a ladeira do pau grande.
Entre quedas, rizos frouxos e históras, seguimos em direção ao açude da mata, a nossa lagoa azul! Percorrendo todo o trajeto, passando pelas casas que agora estão abandonadas, vimos a estátua de barro de são francisco de assis em sua capelinha e mais a frente a placa de PROIBIDO TOMAR BANHO, indicando o caminho exato onde foi nomeada a Miss Murici.
Miss Murici
Ju
Explorando a trilha entre arbusto e galhos das árvores que cresceram ao longo de caminho, avistamos o açude cheio de gente, e no trono, digo, na pedra pedra da Miss Murici, encontrava-se um menino fazendo poses e logo percemos que ele queria concorrer ao Mister Murici. Porém não tem mais como. Tudo mudou: Os matos cresceram dentro do açude e a segunda pedra nem pode mais ser vista, com mais um punhado de tempo tudo estará tomado pelo mato. É a natureza seguindo o seu rumo. Os tempos são outros: Os jovens de agora são bem diferentes, estão muito evoluidos: Bebem PITU, fumam THC e ouvem bregas com letras de Djavan nos seus celulares. Nós, bebiamos cajuina, comiamos pão doce e cantavamos Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorforse ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Sobre o que o que é o amor, sobre o que eu não sei quem sou...”  E na indecisão de partir ou ficar, permanemos na biera do açude por um tempo, interagindo com os meninos, mas logo nos convencemos a ir embora, pois os carocinhos de chuva ameaçavam cair sobre nossas cabeças e podia fazer algum estrago.
No caminho de volta cantarolamos, rimos, achamos uma tanajura, algumas lagartas, falamos das nossas pessoas que vivem “engolindo sabos” e desejamos comer uns pasteis ou batatas fritas murchas que vendia na vila, ou ainda, o sagrado pão doce com cajuína rochedo. Mas o feriado momesco obrigou o padeiro a parar com o pão e aderir ao circo, sobrando pra nós, um biscoito treloso de chocolate, duas cajuínas e um salgadinho pipos. Somados a constatação de que quase nada mudou por aquelas bandas. De diferente somente a ausência e rizadas dos tantos amigos que um dia embrenharam-se por aquela matas. E nós, afinal, as pessoas da vila não paravam de nos olhar e cumprimentar-nos, como se fossemos turistas. Mal sabiam eles das crianças descabeladas e em folia que brincavam no terreiro do sítio da tia xocha, dentro de nós.


quarta-feira, janeiro 11, 2012

Prêmio Braskem do Teatro Estudantil Baiano

(José Jackson)
Os artistas do teatro baiano ainda tem a mania a achar que o teatro que se faz na escola é coisa menor, arte de iniciante, de quem está treinando ou desenvolvendo uma habilidade para quiçá ser um profissional, e que por essa razão, não merecem muito prestigio. Mas não é bem assim, pois é possível afirmar: Ai do teatro baiano se não fosse o Teatro da Escola!
Ao depararmo-nos com a lista do Prêmio Braskem 2011 divulgada último 11 de janeiro, percebe-se que dos 10 espetáculos indicados na categoria adulta, 5 deles foram resultado de mostras de fim de semestre dos alunos da Escola de Teatro da UFBA  e que o espetáculo encenado pela Cia de Teatro da mesma instituição, também foi indicado. Ficando a percentagem de 6/10. E ainda, 4 dos 5 indicados na categoria Revelação vem desta faculdade. Percebe-se também que 3 dos 5 espetáculos concorrentes ao prêmio máximo do teatro baiano, melhor espetáculo, são provenientes da mesma instituição. Desta forma é inegável a participação da Universidade na vida cultural da cidade de Salvador e da contribuição desta para o fazer artístico do estado.
No entanto, a partir desta constatação é possível levantarmos um questionamento curioso: existe Teatro Profissional na Bahia ou serão todos Experimentos Estudantis? Afinal, se excluirmos a produção do “Global” Lázaro Ramos, a do Teatro Nu e do único encenador profissional desse estado (Fernando Guerreiro), não restará, salvo engano, outros artistas que possam dizer-se profissional de teatro em 2011, fato que a lista dos melhores do ano nos revela.
Esta constatação nos mostrar, ainda, que a qualidade dos espetáculos teatrais nem sempre estão associada com altos valores das produções, afinal, os experimentos vindos da UFBA, grande parte deles, são feitos com uma bolsa que os alunos recebem da instituição para realizar as suas produções, que em alguns casos, não passa de mil reais. Ao contrário de outras produções mais abastadas financeiramente, porém, com poucos êxitos.
E ai é onde mora o medo, pois o que sobra em disposição, talento e garra nos meninos e meninas da escola de teatro pra realizarem suas produções de fim de curso, que talvez falte nas outras produções, certamente irá esvair-se no instante em que forem postos para além das paredes da escola de teatro e perceberem que não existe meio de subsistência através da profissão que acabaram de assumir para sua vida. Pois a cada dia o lobo mau - poder publico- tenta convencer os artistas de que o pouco basta, afinal, pra quê mais dinheiro nas leis de incentivo a cultura se com pouco se obtém tamanha qualidade, não é verdade? E muitos poderiam responder: porque nem só de circo vive o palhaço. Ele também precisa alimentar-se todos os dias, pagar contas, comprar roupas e quitar o aluguel da casa todos os meses, não somente quando é contemplado com algum prêmio anual de incentivo a cultura. É aceitável que os estudantes façam teatro sem receber nenhum centavo pelo seu trabalho, afinal, ainda são estudantes. E pacientes entendem isso.
Mas o que dizer de um “profissional” que tem o mesmo comportamento estudantil: trabalhar de graça e ter que bancar os gastos diários de locomoção, produção e alimentação para fazer teatro? A conclusão que se pode chegar é que todos são ricos ou compartilham do pensamento saudosista do: “ai como era bom o Teatro da Escola...”, e assim fazem daquela experiência o seu modo de vida.
Contudo, Benjamim Franklim vem nos lembrar que “a experiência é uma escola onde são caras as lições, mas em nenhuma outra os tolos podem aprender.”, que assim seja! E deste modo, não nos resta outra alternativa além de dar vivas e prestigiar o Prêmio Braskem do Teatro Estudantil Baiano.

terça-feira, janeiro 03, 2012

Como se diz Feliz Ano Novo em mandarim?? 


Este ano começou de forma tão especial que tenho vontade de espalha aos sete mares a felicidade que habita em mim, mesmo que ela seja efêmera ou invisível. Mas não tenho dúvida, era ela,  na madrugada da passagem do primeiro para o segundo ano da segunda década desse novo milênio, disso nao tenho dúvida.

O que me intriga é que estive tão feliz com a alegria compartilhada e retribuída que nem votos, nem pedidos, nem se quer desejos fiz pra mim. Eu que tanto peço, que tanto quero... É curioso, mas quando estamos felizes nos esquecemos de nós. Só pensamos em dividir a felicidade, multiplica a alegria e somar as gargalhadas.

Nunca fui dado a superstições nem mandingas: das sete ondas sempre quis está nas cristas delas; dos sete cravos só me interessa o cheiro dela; das sete passas, passarei, passarei, a derradeira fica... Das lentilhas que trazem dinheiro eu nunca ouvi falar. Mas pela primeira vez, comecei um ano em trajes brancos esperando que este Novo Ano use pincéis delicados e precisos para colorir a obra de arte que estará em permanente exposição enquanto é criada.


quinta-feira, dezembro 29, 2011

   Orgulho Orgulhante
Eita, que hoje eu fiquei feliz minha gente. Meu irmãozinho que eu temia que ficasse ao léu na vida, parece que tá tomando rumo.
Eita, orgulho bom, orgulho besta, orgulho orgulhoso, orgulho orgulhante que tô sentindo agora! To bestinha aqui, sabia? Até parece que em vez de irmão, sou pai. Mas é assim que tem que ser, né? E se não era, agora é. Queria vê-lo careca, abraça-lo e dizer olhando nos olhos dele: Estou muito orgulhoso de tu, visse?