terça-feira, outubro 04, 2011

SOBRE A INFANCIA

Cada dia que passa distancio-me mais da criança que fui um dia...
Eram sempre primavera naquele tempo e não me importava se tinha vergonha em comer carne na casa dos amigos, já que não tinha hábito de comê-la na minha.
Era tudo colorido, eu só queria brincar! Queria terminar os afazeres domésticos para ver a televisao e ficar vidrado nas histórias do Doug Funny e emocionado ao me indentificar com o Chaves, pois, eu tinha um melhor amigo que era o tesouro da sua mamãe e eu nem mãe tinha, quem dirá um sanduiche de presunto...
Ser aquela criança foi muito duro pra mim... Dias dos pais, cadê o Pai? Dia das mães cadê a Mãe? Dia das crianças, aniversário e  natal, cadê presente? cadê minha bicicleta que espero até hoje? Papai-Noel nunca gostou de mim...
Mesmo assim, em meio a pilha de pratos que eu tinha que lavar e a casa pra varrer eu sonhava... sonhava em sair pelo mundo. Olhava pra estrela e lhes perguntava: " Ei, como eu  faço para ir até ai? Como faço para ser feliz e reluzir como vocês?" E entre uma estrela cadente e outra, meu pedido de ter um pai e uma mãe foi se tranformando em desejo de correr mundo... Lá, talvez, eu pudesse ser mais feliz, lá as pessoa iriam me amar, se divertir com minha presença e se encantar com as minhas descobertas e realizações.
Foi ai que me apareceu uma tia madrinha e o que era desejo se transformou em realidade. Hoje procuro ser a criança que sempre desejei ser com o "mundo" que ela me deu de presente.

domingo, outubro 02, 2011

Um dia...

Sinto-me bem aqui. Ao meu lado duas garrafas de cerveja e um casal comendo uns pasteis de forno e bolo de chocolate. A noite está agradável e o ambiente é muito aconchegante: um cinema localizado no interior no museo geologico. Uma sala de pedra.
Como  eu  não queria ver o filme só, liguei para aquela a quem estou tentando conquistar, mas está bem dificil, porque ela sempre dá um jeito de escapar de mim. Ora, parece que tem um bem  querer. Ora, parece não me conhecer. Mas eu tambem sou assim, porque o espanto? Tento  força a barra, mas  sem exito.
estou só.
Folheio algumas revistas e uma delas fala sobre a vida e morte de Emy winehouse. A chuva dá um trégoa... Agora estou na varanda  do cinema. Temperatura agradável. Tempo bom! Ar macio de se respirar. ja ja começa a sessão e vou ter que assistir o filme sozinho. Penso em ligar para alguma amigo, ou amante, mas pra quê? pra quê forçar a barra?
Quando  penso em desistir, me aparece um corpo escultural que logo me convence a continuar ali. este corpo senta ao meu lado e  começa comer alguma coisa parecido com  pizza ou  aipim cozido, não sei bem. Ao seu lado tem uma garrafa de água... que inveja daquele garfo roçando  sem parar aquela boca carnuda... que inveja  da garrafa  presa naquelas mãos...
AH!  que tolice ficar imaginando coisa pra escrever enquanto espera o filme começar. A sala abriu! lá vou eu, antes que aquela bunda invada os meus sonhos.

VENHA!

Se você quer vir, venha. Mas venha  inteira, sem medo e sem cautela.
Venha com cheiro de rosas e sonhos infantis.
Venha  calorosa, incandescente e ardente até o fim.
Venha  com o  cabelo assanhado, com remela no olho, com  o dedo no nariz. 
Mas venha assim, como quem  vem pra ficar. 
Pra quando partir, levar parte de mim consigo. 
E quando voltar, causar festa no meu estomago, arrepio na minha nuca e tremedeira nas minhas pernas.