terça-feira, outubro 04, 2011

SOBRE A INFANCIA

Cada dia que passa distancio-me mais da criança que fui um dia...
Eram sempre primavera naquele tempo e não me importava se tinha vergonha em comer carne na casa dos amigos, já que não tinha hábito de comê-la na minha.
Era tudo colorido, eu só queria brincar! Queria terminar os afazeres domésticos para ver a televisao e ficar vidrado nas histórias do Doug Funny e emocionado ao me indentificar com o Chaves, pois, eu tinha um melhor amigo que era o tesouro da sua mamãe e eu nem mãe tinha, quem dirá um sanduiche de presunto...
Ser aquela criança foi muito duro pra mim... Dias dos pais, cadê o Pai? Dia das mães cadê a Mãe? Dia das crianças, aniversário e  natal, cadê presente? cadê minha bicicleta que espero até hoje? Papai-Noel nunca gostou de mim...
Mesmo assim, em meio a pilha de pratos que eu tinha que lavar e a casa pra varrer eu sonhava... sonhava em sair pelo mundo. Olhava pra estrela e lhes perguntava: " Ei, como eu  faço para ir até ai? Como faço para ser feliz e reluzir como vocês?" E entre uma estrela cadente e outra, meu pedido de ter um pai e uma mãe foi se tranformando em desejo de correr mundo... Lá, talvez, eu pudesse ser mais feliz, lá as pessoa iriam me amar, se divertir com minha presença e se encantar com as minhas descobertas e realizações.
Foi ai que me apareceu uma tia madrinha e o que era desejo se transformou em realidade. Hoje procuro ser a criança que sempre desejei ser com o "mundo" que ela me deu de presente.

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