terça-feira, novembro 30, 2010

Al principio del mundo Olofin hizo al hombre y a la mujer y les dio la vida. Olofin hizo la vida pero se le olvidó hacer la muerte. Pasaban los años y los hombres y las mujeres cada vez se ponían más viejos pero no se morían. La tierra se llenó de viejos que tenían miles de años y que seguían mandando de acuerdo con sus viejas leyes. Tanto clamaron los más jóvenes que un día su clamores llegaron a oidos de Olofin. Y Olofin vio que el mundo no era tan bueno como él lo había planeado y sintió que él también estaba viejo y cansado para volver a empezar lo que tan mal le había salido. Entonces Olofin llamó a Ikú para que se encargara del asunto. Y vio Ikú que había que acabar con el tiempo en que la gente no moría. Hizo Ikú entonces que lloviera sobre la tierra durante treinta días y treinta noches sin parar y todo fue quedando bajo el agua. Sólo los niños y los más jóvenes pudieron treparse en los árboles gigantes y subir a las montañas más altas. La tierra entera se convirtió en un gran río sin orillas. Los jóvenes supieron entonces que la tierra estaba más limpia y más bella y corrieron a darle gracias a Ikú porque había acabado con la inmortalidad.

Relato Yoruba

domingo, agosto 15, 2010

domingo, agosto 01, 2010

O Pranto da Escavadora (trecho inicial)

I

Só o amar, só o conhecer
conta, não ter amado,
não ter conhecido. Angustia

o viver um consumado
amor. A alma já não cresce.
Assim, no calor encantado

da noite que cheia desce
pelas curvas do rio e as súbitas
visões da cidade embaçada de luzes,

ecoam ainda as mil vidas,
desamores, mistério, e miséria
dos sentidos, tornando-me inimigas

as formas do mundo, que ontem eram
ainda a minha razão de existir.
Exausto, entediado, torno por negras

praças de mercados, tristes
estradas em torno ao porto fluvial,
barracos e armazéns mistos

com os últimos prados. Lá, mortal
é o silêncio: e ali, na Viale Marconi,
estação Trastevere, é doce o final

da tarde. E lá nos seus rincões,
nos subúrbios, ligam os motores
ligeiros — vestidos ou só de calções

de trabalho, num impulso de festivo ardor —
os jovens, com amigos na garupa,
rindo e sujos. Os últimos clientes

conversam em pé e em alta
voz à noite, aqui, ali, em mesinhas
de bares ainda luzentes e semivazios.

pier paolo pasolini / as cinzas de gramsci







IV



O escândalo de me contradizer, de estar
contigo e contra ti; contigo no coração,
à luz do dia, contra ti na noite das entranhas;

traidor da condição paterrna
- em pensamento, numa sombra de acção –
a ela me liguei no ardor

dos instintos, da paixão estética;
fascinado por uma vida proletária
muito anterior a ti, a minha religião

é a sua alegria, não a sua luta
de milénios: a sua natureza, não a sua
consciência; só a força originária

do homem, que na acção se perdeu,
lhe dá a embriaguez da nostalgia
e um halo poético e mais nada

sei dizer, a não ser o que seria
justo, mas não sincero, amor abstracto,
e não dolorida simpatia…

Pobre como os pobres, agarro-me
como eles a esperanças humilhantes,
como eles, para viver me bato

dia a dia. Mas na minha desoladora
condição de deserdado,
possuo a mais exaltante

das poses burguesas, o bem mais absoluto.
Todavia, se possuo a história,
também a história me possui e me ilumina:


mas de que serve a luz?

sexta-feira, julho 30, 2010

CRÔNICA DO INSTANTE DESATIVADO
Ontem o sol estava radiando e a radiação tomou conta de mim.
o dia caminhava ao som de buzinas, pássaros, gritos, canções, mas por um instante o céu se apagou
- o que aconteceu?
- só vi quando desabou ai.
o universo caminha lento no seu transcorrer de tempo, o vento estava parado e ao redor um multidão.
- oi você me ouve? o que aconteceu com você?
- ah eu só...
flash de memória. Num instante a roda gigante começou a girar: só preciso de me sentar à sombra.
as sombras eram indefinidas as vozes altas e destoadas, vozes ao microfone, carros passando pessoas caminhando e no ar pombas fazendo o seu balé diário em frente a igreja que se aproximava.
- vc tem dinheiro pra pegar um taxi?
- vc quer ligar pra alguém?
- tenho, tenho sim.
diversas mãos segurando firme ao que se punha a baixo. Diversas palavras, e silêncios.
- meu deus acode! ele tá verde.
- vc está bem?
-Cade minha mochila?
- Tá aqui.tá tudo aqui,fica tranquilo.
a sensação de estar sendo conduzido sem saber pra onde, os becos, e o calafrio num dia ensolarado.
-abre a boca essa bala vai te ajudar.
as balas também podem matar mas a consciência nao veio.
- meu deus o menino tá gelado, acode!!
passos, braços, caminhada...
- pra onde estão me levando? cadê minha coisas, me põe no chão.
imagens desfocadas, pessoas desconhecidas e uma sensação de alegria, afinal morrer não dói como afirmou cazuza, a sensação é boa. alegria
- ele está rindo? ( será que alguém disse isso?) por um instante o corpo em paz, a mente sem referencia, e o riso veio.
O corpo desativado. o mundo parou, tudo estava escuro e de repente a euforia do dia a dia: cores, cheiros, sons, tato.
- alô, vem me busca aqui, estou dentro de um ônibus, estou preso ao lado da policia civil. Vem por piedade estão me segurando aqui e eu preciso ir.
com todos os movimentos e palavras recobrados a vida seguiu o seu rumo. sobrou a feliz sensação de ter sido desativado por alguns segundos no centro de uma cidade em extase.

sexta-feira, maio 14, 2010



O Corpo Exige


Presto distraída atenção ao meu corpo.
O que me pede, eu faço.
Às vezes, não entendo logo suas ordens, mas
cedo sempre.
Me achego a ele e indago:
-O que queres? Ah, é isso? Então, concedo.
Sempre que eu resisti
um de nós saiu-se mal.

Nas 24 horas do dia, ele pede,
e quando cala, fala
num discurso de sonhos
que me abala.

Ele sabe. Eu sei que ele sabe,
e sabe antes de mim, e nele
eu sei dobrado, sou um-e-dois
como os dois cortes de um sabre.
(Afonso Romano Santana)
Certo dia Alguém reclamou por eu nunca ter escrito uma só frase sobre ela no neste blog. Nunca senti verdadeira segurança para tal, mas hoje, vi que outro alguém já havia escrito, e tomo suas palavras como minhas, vista pela ótica dela:
No dia em que me olhando nu ela disse:
Gostaria que seu pau cantasse.
Asas nasceram-me nas virilhas,
Trinados cruzaram a madrugada
E meus lençóis amanheceram cheios

De penas
- e poema.

(Afonso Romano)

segunda-feira, abril 26, 2010

Impressões Digitais
O tempo corre e temos que apresentar a nossa história:
Correr risco, sempre.
"se eu tiver medo de me expor eu encerro a minha carreira
e vou criar galinhas."
( Ney Mato grosso.)

segunda-feira, março 29, 2010



Novo ano é sempre sim: felicidades!!!
Ai penso: mais um ano.... Que saco!
Todo mundo avança e segue o mesmo fluxo: navegamos sempre para o nada. Que logo todos estarão  encoberto por uma capa de madeira embaixo de sete palmos de terra. Não tem jeito mesmo, as nossas vida são um tragédia pré-escrita.
Se nos olharmos no espelho veremos os traços do tempo marcando a face, logo seremos inválidos.
E ao visitar a família vejo-a em completo estado de erosão, logo, logo serão apenas retrato na parede...
E eu aqui, nessa inercia incomoda! Mas isso faz parte do meu show: o show do jack!! Antes fosse o de truman. Pelo menos teria emoções variadas.

em 29/03/10 18:37

quinta-feira, março 04, 2010

Dizer o que Pensa

Ontem li uma daquelas frases que soam como verdade que eu deveria saber desde criança, mas que por algum motivo, me passou despercebido durante o percurso até a vida adulta: “dizer o que se pensa, é a maior aventura do ser humano.” Concordei com o autor, porque você nunca vai saber como a pessoa que receberá a sua opinião vai reagir, e como você vai responder caso sofra um enxovalho, por parte desta pessoa. Sua vida pode mudar ao falar o que se pensa.
Ao me deparar com essa frase passou-me pela mente algumas das opiniões, sem trato, que pronunciei para diversas pessoas queridas, e também, para as não queridas, durante alguma discussão, tentando convencê-las que eu era a melhor pessoa para se ter por perto, pois comigo não tem meio termo, não existem meias verdades, o conto de fadas só existe no imaginário, não na realidade em que vivemos, que jugo: injusta, desleal e hipócrita.
Uma dessas verdades à queima roupa, me causou muito embaraço ao falar para um parente que queria me acompanhar em uma festa, que ela estaria deslocada do meio teen, para a qual a festa de destinava, caso insistisse em me acompanhar (falta simples); Outra vez, em publico, quis impor a minha cega verdade, acreditando que todas as pessoas deveriam ser honestas e solidarias com as necessidades comuns, não com as individualidades (falta média); No amor, eu me imaginei onipotente, sempre diria o que me viesse à cabeça. Me tornei o maior imbecil da paróquia. Todas as virgens choraram lágrimas de sangue, lhes doeu o coração ao se deparar com seus reflexos emitidos pela minha estúpida voz (falta grave).
Com minhas opiniões fiz muitas pessoas se afastarem de mim, eu acreditava que elas não estavam preparadas para ouvir o que eu lhes falava, mal sabia eu que quem teria que aprender seria eu (o imbecil). E estou aprendendo. Uma das primeiras lições: “seja razoável e faça a média sempre.” foi o que o autor do livro me disse, e eu acrescento, “e sorria!” Afinal de contas, as pessoas não estão interessadas nas suas opiniões, pras picas o que você pensa sobre, se alguém quiser saber o que acha disso ou daquilo, ela lhe perguntará e você prontamente diz o que elas gostariam de ouvir. Acaricie o ego dos amigos. Porque dizer o que se pensa se as pessoas querem apenas um atestado para certificar-se das suas próprias opiniões? Concorde.
E se vier o dilema de: Será que estou sendo hipócrita com os meus? Ignore. Olhe na face desse alguém e veja a satisfação que ele sentiu ao perceber-se certo das suas convicções. Se a vida é sonho, como falou Calderón -não shaskespeare, como eu imaginava- então não queira ser o algoz perturbador do sono de ninguém, se seu amigo vier lhe consultar sobre o novo penteado, sobre a nova namorada, sobre o time de futebol, sobre a pulga do cavalo do Dom Pedro ou sobre física quântica, faça-o sentir-se bem: Com um sorriso no rosto diga palavras que o faça sentir-se feliz! Será que é assim mesmo que se deve agir?
Penso que tenho que reler o capítulo deste livro, talvez tenha entendido errado, afinal, fazer a média sempre não me parece ser adequado para todas as ocasiões. Talvez numa sala de debate, ou quando você é obrigado a falar com alguém para conseguir algo delas, isto se aplique, mas durante uma discussão de um relacionamento essa regra não se aplica; já pensou, se quando a sua namorada lhe falar: “Querido, acho há algo de errado na nossa relação. Eu preciso te contar que estou ficando com João. O que você me diz?...” e prontamente com um sorriso você responder: “Que nada meu amor, eu te amo e sempre vou te amar, você é a mulher dos meus sonhos, mesmo vendo você aos beijos com outro homem eu vou te amar sempre. Não te preocupa amorzinho, eu sei que tomei um pé – na – bunda, mas está tudo bem.” Me parece meio estranho e um pouco patético e inadequado fazer á média nestas circunstancias.
O melhor mesmo, me parece, é ler um pouco mais e ver o que os pensadores falam sobre esse tema, para que um dia, quem sabe, eu possa ter a minha opinião. (Nossa! Essa frase final ficou muito escancarado que estou querendo fazer à média. Desculpa, mas por falta de habilidades ou outra melhor, fica essa mesma. Vixe, falei o que pensava.)

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Las Huellas Digitales ( Eduardo Galeano)

yo nací y crescí bajo las estrellas de la cruz del sur. Vaya donde vaya, ellas me persiguen. Bajo la cruz del sur, cruz de fulgores, yo voy viviendo las estaciones de mi suerte.
No tengo ningún dios. Si lo tuvera, le pediría que no me deje llegar a la muerte: no todovia. Mucho me falta andar. Hay lunas a las que rodavia no ladré y soles em los que todavía no me incendié. Todavía no me sumergí en todos los mares de est
e mundo, que dicen que son siete, ni en todos los ríos del paraíso, que dicen que son cuatro.
En Montevieo, Hay un niño que explica:
- yo no quiero morime nunca, porque quiero jugar
siempre.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

O Bonde não veio

Me chamo José, e como tantos outros Josés, cheio de medos, incerteza. Mas com coragem para seguir em frente erguer a cabeça e deixar os empecilhos de lado. Se o bonde não veio hoje, amanhã ele passará, é sempre assim: O bonde sempre passa e tornará a passar.
Quando cheguei neste mundo, vim num trem que estava por horas atrasado e tive que aprender a caminhar, a falar, a sorrir, a me relacionar... Mas Querer e Buscar foram sempre os maiores impulsionadores das minhas necessidades, que já foram bem maiores que as de hoje. Ontem eu tinha necessidade de pão, hoje, como tantos jovens, tenho necessidade de ser adulto e sobreviver. E como dói ser adulto! Dói porque é um universo desconhecido e cheio de segredos escondidos a sete chaves, e você tem que encontrar a chave correta. E quando você consegue uma dessas chaves, vê que não existem portas. Eterna contradição dos humanos!
Agora vejo que perdi o bonde para Pasargada, como é frustrante ter a vontade contrariada. E após a queda dos meus castelos de areia e minha couraça de vidro, ouço a celebre indagação do Drumont: E agora, José?