segunda-feira, janeiro 08, 2007

Pena e asco num ponto de ônibus.”

Um dia passeando por uma bela praça, em uma dessas capitais brasileiras, tive a impressão que o tempo parou.
Parou para que eu pudesse baixar os olhos e ver, embaixo de um banco de ponto de ônibus, uma das imagens mais asquerosa que já vi nesta minha vida doentia; lá embaixo estava uma vagina entre aberta, imunda, degradante, suja, escura de sujeira e de suor, quase encostava-se ao chão, e mesmo que eu me negasse a olhar para ela, ela me chamava, me gritava, gemia,urrava, berrava tentando me contar que ela também faz parte de mim, pois os primeiros caminhos que tive na vida foi através uma vagina.
Vagina igual aquela que esta ali jogada, degradada, mas que já proporcionou muitos prazeres e alegrias no crepúsculo de uma noite chuvosa .No entanto naquele dia de sol, só poderia me proporcionar Pena e asco, por ver o quanto é degenerante a vida dura daqueles anjos decaídos que estão nas ruas.
O tempo não havia parado, o tempo não pára. Eu é que me desliguei do “caos” por um instante para perceber a caótica realidade na qual estamos inceridos.
Neguei-me a continuar olhando aquela imagem. Levantei a cabeça e vi uma linda fotografia de uma bela negra sorrindo para mim...



5 de janeiro de 2007
22:23:13

2 comentários:

disse...

juro que por um momento meus olhos encheram-se de lagrimas e deu um aperto na garganta.. realmente estamos vivendo no caos, tudo está em desordem...chega a ser dezesperador... bjs.

Rayara disse...
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